segunda-feira, 30 de maio de 2011

Resumidamente, pois ando muito ocupada e sem tempo de escrever, estudar, respirar - de uma forma tanto exagerada. Pensamentos me deixam um pouco perplexa, mas consigo me entender e isso é o que importa, mas mesmo assim me questiono: O que é preciso oferecer para que outra pessoa nos note? Não, não me entendam mal, isso não é sobre o que eu estou procurando para colocar em prática, mas sim, o que muitos estão tentando demonstrar para ser algo para alguém. E na minha humilde opinião, acho isso tão desnecessário que quando me deparo com algo do tipo, chega a me dar nojo.
Não sou do tipo que inventa mil e uma mascara para te fazer sorrir ou chorar, sou do tipo que mostro quem realmente sou porque sinceridade e bom caráter não se acha em qualquer um.
É, o que eu posso dizer? Dó é válido nessa hora, não é?


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Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.



Clarice Lispector

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para ser bem sincera eu estou morrendo de sono, muito cansada, mesmo assim essa vontade súbita de escrever algo que tire de dentro do meu coração algo que talvez nunca possa sair.
Acho que é essa vontade imensurável de alcançar coisas nas quais não posso ter agora.
Ah, eu e meus desejos ansiosos de encontrar um algo a mais.
Eu sei que tudo tem seu tempo, mas não sou a mais paciente de todos os seres humanos ok? Mesmo assim, nesse caso trabalho minha teimosia.
Sei que algo esta por vir, e quando se tem o dom se saber esperar esse tempo, o que chega é mais certo do que os "caminhos curtos", a felicidade é mais intensa, e melhor, mais verdadeira.
A certeza que vem agora é que eu sei quem sou. Sei que tudo isso construido até hoje sou eu, e por mais que doa as vezes, me orgulho de ser assim.
Não, não foi preciso me encontrar em um outro alguém, ou em algo, isso é questão de saber ser transparente consigo, questão de ser sincera o bastante pra encarar a realidade.
Sou antiga mesmo, aquela que ainda acredita que casamentos devem durar a vida toda, que as pessoas se amam ao ponto de serem fieis e verdadeiras, que as coisas não se resumem em sexo, e o mais importante: a família vem em primeiro lugar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Scotch, por favor. Sem gelo.





" Ela que talvez não saiba como seguir em frente, porém não deixa a frustração da perda a prender dentro de si.
Ela que talvez não saiba como se curar, mas não se permite sofrer para sempre.
Ela que nem sempre é festa, mas sabe comemorar seus dias.
Ela que nem sempre mutável, muda seus dias para conseguir ser feliz. "


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Depois de várias tempestades e naufrágios, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.


Caio Fernando Abreu.

sábado, 7 de maio de 2011

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

 Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Vinícius de Moraes.


“Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. "